
“O longo processo de autodeterminação de Timor-Leste (1974-2002)”
Conferência no Museu do Oriente
Passados mais de 15 anos sobre a proclamação da independência de Timor-Leste (20 de Maio de 2002), é tempo de olhar desapaixonadamente para todo esse processo, nomeadamente para as ramificações que teve em Portugal, através de testemunhos e análises de interlocutores que estiveram directa ou indirectamente a ele associados. “O longo processo de autodeterminação de Timor-Leste (1974-2002)” realiza-se no dia 28 de Novembro, data da Proclamação Unilateral de Independência, entre as 10.00 e as 18.00, no Museu do Oriente.
A abertura dos trabalhos está a cargo de Rui Feijó, co-responsável pela coordenação científica da conferência, juntamente com Pedro Aires Oliveira. Segue-se a comunicação de Norrie MacQueen, subordinada ao tema “Victim of the System? Timor-Leste and International Politics since 1974”. A conferência conta ainda com a participação de David Hicks e Adelino Gomes, na sessão intitulada “O início da descolonização de Timor-Leste”; Carlos Gaspar e o Embaixador Fernando d’Oliveira Neves (em “O caso de Timor nos órgãos de soberania portugueses”); e ainda António Barbedo de Magalhães, Arnold Kohen e Robert Archer, que integram uma mesa-redonda sobre “O caso de Timor na sociedade civil nacional e internacional”.
Com a Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974, deu-se o primeiro passo no longo e conturbado processo de autodeterminação de Timor-Leste. Logo no ano seguinte, os esforços por encontrar uma solução aceite pelas organizações representativas dos timorenses falhou com estrondo e a ocupação do território por forças da República Indonésia, que teve lugar a 7 de Dezembro de 1975, haveria de durar 24 anos. À luz do Direito Internacional, Timor-Leste permaneceu como “território não autónomo sob administração portuguesa”. E a Constituição da República Portuguesa assumia o compromisso de garantir um processo de verdadeira autodeterminação para Timor. Até que, em 30 de Agosto de 1999, uma “consulta popular” organizada sob os auspícios da ONU viria a dar livre voz aos timorenses, que escolheram a via da Independência Nacional. Este longo processo desenrolou-se em Timor e em Portugal, na Indonésia e na ONU, na opinião pública mundial e nas redes de solidariedade. Envolveu políticos e militares, diplomatas e activistas da sociedade civil. Mobilizou meios de comunicação e boas-vontades em todo o mundo.
Esta conferência privilegia os testemunhos de quem teve, em algum momento, responsabilidades, tanto oficiais como na mobilização da opinião pública, sem descurar uma perspetiva analítica que ajude a colocar a descolonização de Timor-Leste no seu contexto histórico. Agora que o calor das paixões está a dar lugar a atitudes de maior ponderação e reflexão, é tempo de ultrapassar as ideias feitas e indagar os avanços e recuos, as contingências e os marcos relevantes, o papel dos homens e as condicionantes que tantas vezes teimaram em travar o processo. O facto de ter acabado bem é uma razão suplementar para que a sua atribulada História seja feita com o maior rigor.
A entrada é gratuita, mediante inscrição.
Conferência “O longo processo de autodeterminação de Timor-Leste (1974-2002)”
Conjunturas, eventos, actores (inter)nacionais
28 de Novembro, data da Proclamação Unilateral de Independência
10.00-18.00
Entrada gratuita, mediante inscrição